O Internacional, um dos clubes mais tradicionais do futebol brasileiro, tem uma história rica e repleta de personalidades que contribuíram para o sucesso da equipe ao longo dos anos. Entre essas figuras emblemáticas, destaca-se Ênio Andrade, cuja trajetória como jogador e treinador deixou uma marca indelével no clube gaúcho.
Neste texto, mergulharemos na história de Ênio Andrade no Internacional, explorando suas conquistas, sua influência no time e seu legado duradouro.
Início da jornada do Ênio Andrade: São José-RS e Internacional (1948-1951)
Ênio Vargas de Andrade, nascido em 31 de janeiro de 1929, deu seus primeiros passos no mundo do futebol no São José-RS, onde iniciou sua carreira como jogador em 1948. Contudo, foi a transferência para o Internacional em 1950 que marcou o início de uma relação duradoura com o clube.
No Internacional, Ênio conquistou os títulos estaduais de 1950 e 1951, atuando ao lado de lendas como Larry, Bodinho e Chinesinho. Sua habilidade como meia cancha, aliada à visão de jogo genial, rapidamente o destacou como uma peça fundamental no meio-campo colorado.
O Renner e a quebra da hegemonia Gre-Nal (1951-1958)
Após sua passagem pelo Internacional, Ênio Andrade foi para o Renner, um extinto clube de Porto Alegre. Foi no Renner que viveu um dos momentos mais marcantes de sua carreira, ao conquistar, portanto, o Gauchão de 1954.
Essa conquista quebrou a hegemonia Gre-Nal estabelecida desde 1940, tornando-se um marco histórico no futebol gaúcho.
Além disso, em 1956, Ênio integrou a Seleção campeã panamericana, formada por jogadores de times gaúchos, reforçando seu status como um dos grandes talentos do futebol brasileiro.
Palmeiras e a consolidação do talento (1958-1960)
Em 1958, Ênio deixou o Rio Grande do Sul para se aventurar no Palmeiras. Lá, reencontrou seu ex-companheiro de Internacional, Chinesinho. Juntos, conquistaram o título estadual e o Paulistão de 1959, vencendo o Santos de Pelé na final. Em 1960, faturaram a segunda edição da Taça Brasil.
Com 138 partidas e 35 gols pelo Palmeiras, Ênio Andrade consolidou-se, portanto, como uma figura respeitada e admirada no cenário futebolístico brasileiro.
Passagens do Ênio Andrade por Náutico e retorno ao São José (1961-1962)
Após passagens por Náutico em 1961, Ênio retornou ao São José-RS, encerrando sua brilhante carreira como jogador em 1962. Sua contribuição nos campos não se limitou apenas a títulos, mas à inspiração de gerações futuras que seguiriam seus passos no mundo do futebol.
O renascimento como técnico: Ênio Andrade no Internacional (1979-1980)
Após encerrar sua carreira como jogador, Ênio Andrade não se afastou do Internacional. Pelo contrário, em 1979, viveu um renascimento como treinador ao assumir o comando técnico do Colorado.
Contratado após um Gauchão decepcionante, Ênio revolucionou a equipe junto com reforços como Benítez, Cláudio Mineiro, Bira e Mário Sérgio.
A campanha impecável do Internacional no Campeonato Brasileiro de 1979, sob a liderança de Ênio Andrade, foi um feito inédito. O tricampeonato brasileiro foi conquistado de forma invicta, marcando, portanto, o time como o maior da história do futebol brasileiro naquele momento.
O Internacional de Ênio Andrade em destaque (1980-1981)
O ano de 1980 trouxe novos desafios e a oportunidade de brilhar na Libertadores. O Internacional, comandado por Ênio Andrade, conquistou a prata no torneio sul-americano.
O treinador gaúcho continuou, portanto, a moldar uma equipe competitiva, demonstrando sua habilidade estratégica e visão única para o jogo.
Em 1981, novamente à frente do Internacional, Ênio Andrade escreveu mais um capítulo vitorioso em sua carreira, conquistando o Campeonato Brasileiro. Nomes como Leão, Paulo Roberto, Tarciso e Baltazar fizeram parte do time que deixou sua marca na história do futebol nacional.
Outras conquistas e passagens marcantes (1985-1997)
Em 1985, Ênio comandou o Coritiba no Campeonato Brasileiro, conquistando o título após uma emocionante disputa por pênaltis na final contra o Bangu, no Maracanã. Esse feito destacou ainda mais a versatilidade e competência do treinador.
Suas contribuições não se limitaram ao Internacional. Ênio teve passagens de destaque pelo Cruzeiro, onde conquistou títulos como Supercopa Libertadores, Copa Ouro e Copa Master da Supercopa. Também treinou times como Grêmio, Santa Cruz, Náutico, Palmeiras, Sport Recife e Corinthians.
Legado e reconhecimento do Ênio Andrade: admirado por grandes treinadores
O legado de Ênio transcende suas conquistas em campo e à beira do gramado. Admirado, portanto, por grandes treinadores do futebol nacional, seu nome é frequentemente mencionado como referência no cenário esportivo brasileiro.
Vanderlei Luxemburgo, por exemplo, destaca Ênio como um dos treinadores que mais admirou, ressaltando sua capacidade de imprimir um desenho tático único em suas equipes.
Fim de uma era: Ênio Andrade nos corações Colorados (1997)
Infelizmente, em janeiro de 1997, Ênio Andrade faleceu aos 68 anos, vítima de complicações pulmonares. O Internacional e o futebol brasileiro perderam não apenas um grande treinador, mas uma figura que deixou uma marca indelével na história do clube gaúcho e do esporte nacional.
O legado de Ênio Andrade no Internacional
A história de Ênio no Internacional é uma jornada de sucesso, superação e contribuições valiosas para o clube e o futebol brasileiro.
Como jogador, conquistou títulos estaduais e integrou a Seleção campeã panamericana. Como treinador, liderou o Internacional a feitos inéditos e deixou, portanto, um legado que transcende suas conquistas em campo.
Ênio permanece vivo nos corações dos torcedores colorados e na memória do futebol brasileiro. Sua habilidade, visão estratégica e ética no esporte continuam a inspirar gerações, tornando-o, portanto, uma figura eterna na história do Internacional.
